Existe um padrão físico-corporal? O que os meios de comunicação de massa nos propõem como corpo padrão de beleza é sinônimo de saúde e bem-estar? O corpo canônico (o corpo desejável nos meios de comunicação em massa) é o corpo “ideal”? Estes são alguns dos questionamentos que a autora do artigo “os percursos do corpo na cultura contemporânea”, Malu Fontes, faz ao leitor e que nos deixa a refletir sobre o culto a chamada “boa forma” física.
A autora deste artigo ressalta que os padrões do corpo vão mudando com o tempo, que existe uma história para a mudança dos mesmos, o corpo perfeito de hoje já não é mais o mesmo de alguns anos atrás. Como exemplo, temos o corpo da mulher brasileira que, em termos de apelo sexual, na década de 80 era quadris largos e cintura fina, hoje são seios grandes (à custa de implantes de próteses de silicone).
O fenômeno do culto ao corpo parte do estágio em que o corpo era demonizado (escondido ou fonte de vergonha e pecado) e culmina com a explosão dos músculos (dos corpos trabalhados em academias), ou seja, um corpo potencializado em aspectos estéticos.
As cirurgias estéticas vêm logo em seguida. Os implantes e a profusão das técnicas médicas, químicas, cosméticas e de vestuário dão um grau ainda maior de idolatria à forma física do corpo potencializado, objeto tão valorizado pela mídia de massa.
Para fugir da mais leve associação com a monstruosidade seja via obesidade ou velhice, recorre-se cada vez mais a sofisticados e eficientes processos visando à construção do corpo canônico.
O jogging está sendo substituído pelo bisturi! Os resultados antes obtidos apenas com a freqüência à academia de ginásticas parecem não mais atender às necessidades de mudanças imediatas que se deseja para a remoldagem do corpo. Triunfa o papel da medicina e dos cirurgiões plásticos. Não há mais por que esperar se o resultado pode ser mais adequado e mais imediato pelas vias tecnológicas. A busca do corpo esculpido (das curvas definidas e dos seios volumosos no corpo feminino) pode ser alcançado por aqueles que podem pagar pela reengenharia, pela própria estrutura corporal.
“O brasileiro é, entre os povos do mundo, em uma perspectiva percapta, aquele que mais realiza realiza cirurgias plásticas estéticas”.
Fica aqui o meu questionamento:
Daqui para frente, o que nossos corpos serão submetidos para seguir as normas de corpo canônico, do padrão ditados pela mídia de massa?
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