domingo, 3 de outubro de 2010

Espetáculos entre cyborgs = luta Vale-tudo. Comentário 4- Livro: Corpos Mutantes

No texto de Silvia Goellner e Claudio Ricardo Nunes, “O espetáculo do Ringue: O esporte e a potencialização de eficientes corporais”, eles nos fazerem refletir sobre os corpos híbridos, potencializados, os corpos espetaculares que saltaram das revistas em quadrinhos, das telas de cinema e cartoons e que passaram a ocupar espaço nas academias, nos ringues, nos shopping-centers e nas ruas de nossas cidades.

O texto por eles produzido discute a potencialização e a espetacularização dos corpos produzidos pelo esporte e pela cultura física. Eles investigaram algumas academias de luta “vale-tudo” (Maxial Marcial Arts -MMA) em Porto Alegre e observam que em muitas situações a construção do corpo para a luta requer aditivantes químicos e atenuantes para as dores e lesões causadas durante a "preparação" para a luta e para a luta propriamente dita.

O corpo lutador ocupa as principais atenções de parte dos atletas, treinadores, preparadores físicos, juízes, patrocinadores e da assistência, porque é nele, no corpo que se apresenta no ringue, que estão concentrados vários investimentos. A preparação física-técnica-tática para a luta, que se dá nas rotinas de treinamento e que resulta na fabricação deste “corpo guerreiro”, também faz com que os atletas façam uso de suplementos alimentares e, na grande maioria dos casos, de anabolizantes.

O consumo dessas substâncias químicas objetiva intensificar o uso do corpo no sentido de lhe conferir maior energia e disposição para enfrentar horas diárias de treinamento.A ingestão dessas substâncias ocorrem no próprio local de treino, geralmente no final do mesmo. O uso desses produtos químicos está diretamente ligado ao aumento da força física, considerada no contexto das lutas, como um bem a ser constantemente prezado e cultivado, afinal, é através dela que a vitória, o capital simbólico, é conquistada. O uso de esteróides anabolizantes têm grande circulação dentro dos ambientes de luta e são conseguidos através de estratégias tão diversificadas quanto tornadas invisíveis. São medicamentos de uso controlado (os tarja-preta da linguagem popular), esses produtos vêm em versão nacional ou importada, de países como o Paraguai.

O copo malhado, sarado, forte, ágil, eficaz e, sobretudo, vitorioso, é a meta a ser atingida. É também um passaporte para o espetáculo dos ringues, pois seu sucesso está diretamente ligado a sua performance corporal e ao seu desempenho, é claro. Seu corpo é encarado como uma máquina de guerra, capaz de impor medo, respeito e admiração e, se possível, impor a derrota a um adversário.


Após ler este texto não há como deixar de questionar:
Estes "espetáculos" são lutas entre "seres humanos" que são treinados para lutar em um ringue ou "Cybors" programados para vencer?

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